28 abril, 2007

Num fui eu!

Aparte de discussões, é certo que somos o que nos fazem.

Somos apoiados, desenhados, construídos, orientados por apenas dois pilares:
O código genético, e o meio-ambiente.·
Ora...todas as decisões que eu tomo são directamente justificadas pela pessoa que sou. Se hoje decidi comer uma maçã é porque certamente tenho essa vontade (e prazer, gosto por) algures no código genético, ou então assim fui ensinado pelo meio.

A primeira pergunta seria: quando eu decido alguma coisa, será que realmente sou livre na escolha, ou esta já está pre-escolhida pela pessoa que eu sou (genético+meio) e que vou comer a maçã.
Isto levanta graves problemas como é óbvio. Se assim fosse, poderíamos realmente culpar alguém por o que quer que ele/a fizesse? Se já estava predestinado pela sua combinação código genético - meio ambiente ela/a de facto não teve escolha e agiur como teria de ter agido tendo em conta o passado que teve. E esse passado tendo em conta o passado, e por assim adiante até culparmos Adão e Eva.·

Esta questão apesar de ser muito complicada pode parecer desinteressante para a maior parte das pessoas, mas eis como se aproveitarem dela:

(Cenário hipoteticamente-o-real)

Mãe - "Ah meu desgraçado. Chegas a estas horas e a ainda te pões a discutir. És uma peste. És difícil de aturar. És um vadio. És um tratante. És um bandalho. És um sacana............ "

Filho – " Mãe, posso ser tudo isso, mas lembra-te que tudo o que sou e faço, ou advêm do código genético, ou da educação que levei, e uma vez que tanto o código como a educação vieram dos meus paizinhos, na realidade vocês é que são culpados por eu ser assim. Não tens vergonha por terem arruinado a minha vida?
(e o filho sai triste, de cabeça pesada pela porta, enquanto a mãe fica a pensar:
- "a culpa é mesmo minha... nunca o devia ter deixado ir estudar filosofia...".

6 comentários:

RD disse...

Pois, pois, um estudante de filosofia é uma "dor de cabeça" e um interessante desafio, näo só para os seus pais, como também para o seus amigos e desconhecidos que se derem ao "trabalho" de ler o que escreve...

Já agora, volto a insistir, ainda que como romance seja vulgar, pode ser que encontres algumas novidades sobre essa questäo em "A Fórmula de Deus" (digo "pode ser", porque como näo te conheço, näo sei que género de cultura geral tens e corro o risco de parecer ridícula).

PS: Da próxima vez que os meus pais me ralharem por alguma coisa, recorda-me-ei deste teu täo oportuno argumento! lol

Unknown disse...

Pera...tas a dizer que sou chato? hum.... Fogo, sou assim tao transparente? Nem o "eu" virtual escapa....

Vi que voltas em insistir, e por isso vou apressar a leitura disso. E assim, a titulo de troca, pergunto-te se conheces Dave matthews band. Bem.. se conheces, ainda bem, se nao, ve la se arranjas umas musicas... albuns até e delicia-te.

(ainda bem que pude ajudar uma relaçao entre filha-pais[ou nao,lol]... de resto, fico grato por ver reconhecido valor a filosofia, nem que seja um bocadinho....)

RD disse...

Ainda que durante o secundário tenha tido sérias guerras com os meus profs de filosofia, sou mais próxima à filosofia do que aquilo que se poderia supôr na altura. Aliás, arrisco-me a dizer que sou uma filósofa e que era por isso que me guerreava tanto.

Tem graça que tenhas usado essa palavra "transparente". Mas olha que näo te achei nada chato. Será que näo me expliquei bem? Ou entäo, fui eu que näo percebi a tua resposta... Seja como fôr, vou reformular: um estudante de filosofia é um desafio para qualquer um que o conheça!

PS: Näo conhecia e gostei bastante de algumas ds músicas de Dave Mathwes' band (particularmente, "Everyday"), mas ainda me falta muito por ouvir...

Unknown disse...

:D
ok, isso de exigente é diferente de chato.

"O filosofo sabe que é como o homem comum, o homem comun é que não sabe que é como o filosofo."

HA, e num desistas ja de Dave... #41, recently, rapunzel, bem..muitas.... muahhh

RD disse...

"The space between"...

Unknown disse...

"The wicked lies we tell
And hope to keep us safe from the pain"